quarta-feira, 21 de julho de 2010

Passividade.

Nada.
Mãos amarradas com um delicado pedaço de cetim.
O peito sangrava, o pensamento vagava longe. As lágrimas fluiam como um rio.
Nada. Nada ele poderia fazer.
Atado aos mesmos sentimentos utópicos, apenas mudavam de foco, nunca mudavam de curso ou história. A fábrica de lenços de papel devia uma fortuna a ele.
Do mesmo modo como se chega, se vai. Sempre que se vai, alguma parte dele se vai também. Sempre foi, mas sempre será?
 Chegou sem pedir licença, enfiou as mãos morenas no peito e o levou, sem pedir, sem dar nada em troca, sem dizer uma palavra. Dentre todas, havia sido a pior.
E se foi.
E nada ele poderia fazer a não ser bebericar de sua gorda xícara de café e aguardar.
Fitava a cortina grossa, na qual apenas um fio de luz passava, este caindo sobre a mesa empoeirada.
 Café frio, rouaps velhas, cetim vermelho.
E ele pronunciava uma frase repetidas vezes:

- Cuide do que levou. E o devolva algum dia, com o mesmo sorriso de quando o pegou.

5 comentários:

Anônimo disse...

Enquanto aquele simples sorriso que era visto sempre do mais absurdo silencio, se fechava e como uma vela apenas apagava... desmembrando o famoso sorriso aparente! ._.

Letícia disse...

E não facilite com a palavra amor... Não a pronuncie ;]


Ficou foda Bru!

[http://pensamentosdevaneantes.blogspot.com]

Anônimo disse...

Então a criança percebeu, que não bastavam apenas sorrisos de desvaneios, uma verdade prescisava ser dita... o quanto era necessário estar ali sempre... mesmo às altas horas da madrugada... ouvindo apenas sussurros, suspiros até chegar e dormir... mas nem sempre isso é sentido uma vez que há acidez no humor do garoto do sorriso aparente
embora nenhum soubesse o dia de amnha sabiam que o humor era passageiro...e em breve voltariam os sorrisos aparentes. ._.

Anônimo disse...

Gostei do seu blog e estou te seguindo, depois dá um pulo lá no meu,ok?
flw!

Guilherme Navarro disse...

Que escrita primorosa.
Chamo isso de talento. Puro.