domingo, 4 de setembro de 2011

Ao cachorro.

Caro cachorro:

Eu sei, eu sei. Você não me conhece direito, assim como eu não te conheço o suficiente para dizer algo a seu respeito.
Porém, cachorro, você me faz bem. Assim como poucas pessoas me fazem. Soa inacreditável, né?
Não sei bem como te dar uma explicação.
Eu sei que, começou talvez com uma conversa ou um olhar, e, bem, acabou que eu só quero o seu bem.
Só expresso que compadeço do que sente. Doi, né?
Acredite, ela é passageira. Doeu em mim, e aquele hipopótamo as vezes me faz falta.
Porém, percebi que aquele hipopótamo não merecia minha dor, nem minhas lágrimas. Acho que ele merecia um sorriso, e ser feliz do jeito dele seguindo seus caminhos, e eu, como boa raposa que sou, assim o fiz. As pessoas colhem o que plantam, e, um dia, chegará tanto a minha colheita quanto a sua, quanto a dele.
Então, caro cachorro, peço apenas que permita que eu seque suas lágrimas, porque, apesar de poucos dias, estimo o seu bem, assim como sua breve companhia e o bem estar e paz de espírito que consegue me trazer.
Peço desculpas por algo inconveniente, ou por ser chato demais.
Não é típico de raposas escreverem cartas com tamanho sentimento, ou tamanha ansiedade, ou talvez tamanho afeto.
Só digo que não é mais um, é o que és por dentro, cachorro.


Atenciosamente,
A raposa.