segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O garoto da estação.

Havia um garoto, sentado em uma estação. Ele olhava freneticamente o relógio.
-São 12:50, mais de 50 minutos de atraso! - disse pra sí mesmo, olhando o grande relógio vermelho na frente da bilheteria. Mas pensou consigo mesmo: Não custa esperar, ele esperou muito mais por mim, em dias mais frios e chuvosos, não custa esperar por ele, afinal, é por ele.
Colocou seus fones, enquanto uma melodia agradável ( We Walk - The Ting Tings, se ele se recorda bem) o acalmava, esboçando um leve sorriso em seu rosto pálido, enquanto esperava, ele pensava sobre os últimos dois meses decorridos.

"Dois meses, parece clichê, mas foi tanta coisa em tanto tempo! - pensava - Começou com um singelo acaso, Assuntos certos, gostos certos, pessoas em comum, comum até demais. Lugar certo, na hora certa, pretexto certo. Parecia cena de novela, mesmo. Uma semana depois, O imenso rombo que havia aqui - ele toca o peito através da camiseta verde - se tampou. Incrível o que algumas palavras de um vídeo podem fazer. Desde então, fizemos coisas que nunca imeginei fazer, crises? sim, todas relevantes. Eu cresci mentalmente e sentimentalmente, domei o meu ciúme indomável e aprendi a pensar em coletivo. E novamamente ao mar de clichês, me satisfaz, me faz rir, me mima, me escuta, me ajuda. Aonde esteve esse tempo todo? Eu gostaria de saber também, mas eu encontrei, não? - pensava, sorrindo sozinho sentado ao meio da estação - Eu conheço bem o suficiente para saber o que sente, o que pensa, o que quer de mim, isso me alegra orgias. Sintonia, isso existe. Eu quero continuar, por muito tempo, não pensando no 'se fosse, se achasse, se acontecesse.', Driblando hipóteses ruins, sacrificando orgulhos, e quanto a tentação? simples! ela se foi. a satisfação é tanta que não preciso de mais ninguém, posso devanear tranquilo sem preocupações, porque simplesmente foi o que eu sempre quis."

O garoto tinha um ar sereno, e se divertia em meio aos seus devaneios, para ser sincero, ele se sentia seguro, pois sabia que daquele ponto, havia eliminado todo o tipo de ameaça externa que pudesse colocar medo nele.
Então, ele olha a sua frente e simplesmente o vê, com uma inconfundível cara amassada e cabelo desorganizado. Abriu um largo sorriso, retirou os fones e o beijou. "Ele sabe como ser foda e ingênuo ao mesmo tempo" - concluiu. Saíram de mãos dadas da estação, deixando um rastro de felicidade sincera aonde passava.

Horas depois, ao mesmo ponto de onde havia partido, ele o abraça e o beija, se despedindo, novamente mergulhando em devaneios.

"O calor foi intenso, o dia foi esclarecedor, nosso ritmo, nossa velocidade, nosso passo sincronizado. Nunca pensei que pudesse lhe dar tanto prazer quanto hoje, ele sabe que é dele, então, ele vai cuidar. Demos mais um passo, e isso foi tão bom que eu nem acredito. Logo, outro, e espero anciosamente por esse, porque o que eu quero é faze-lo feliz, sim, eu sei que o mundo não gira ao redor dele, tenho meus assuntos pra cuidar e meu mundo ainda gira em torno de mim, porém, mais adiante, esse mundo será dele."

O garoto recolocou seus fones e entrou em um trem, concluindo que nos últimos dois meses, havia se tornado a pessoa mais feliz do mundo.

Um comentário:

Letícia disse...

Tem sentimentos que não controlamos..
E o mais bonito dele é a felicidade.. Que é, normalmente, aquele que não notamos quando o sentimos por tempo prolongado..
Mas ainda sim, o amor... Ahnn o amor *-* O amor entra na lista dos indescritíveis.

Foda Bru ;]