terça-feira, 31 de agosto de 2010

Indiferença.

Ele estava sentado em sua habitual mesa, e sua habitual cadeira de couro preto desbotado.
Sentia uma paz incomum. A falta de vínculos, de preocupações, uma frieza agradável, e ao mesmo tempo devastadora.
Significava que estava livre. Não tinha a quem ou ao o que se preocupar. Não havia prestação de contas, mensagens de cobrança ou coisas do tipo ao fim do dia. Signficiava que nenhuma alma o notava alí, e que ele passava invisível por onde estivesse.
Respirou fundo, levantou-se da cadeira e andou. Ficou de frente ao telefone. Nada.
Não havia a quem recorrer.
E ele se deixou dominar por ela.
Se deixou sentir a textura agradável e a trranquilidade que a solidão lhe trazia.
Ele perdeu a capacidade de cultivar, criar ou manter um laço.

Ele perdeu a capacidade de sentir algo.
E, rezo para que seja por pouco tempo.

3 comentários:

Anônimo disse...

You're not alone
No matter what they told you
You're not alone
I'll be right beside you forevermore (8)

._.

Letícia disse...

Bru, o próprio fato de não sentir já é um sentimento. Entende?

Saudades!

Anônimo disse...

Olá meninu, que profundidade encontro em tuas palavras, meio que me vi um pouco em seu texto. Adorei. Ótima semana.